Ate a palavra "gato" é palavra que me inspira
Olhos de gato não são coisa desse mundo
Falo "gato" e penso em alquimias
Penso em mantras,
Sacrificios,
Rezas para o maléfico
Para o bem que um dia vira mal
Todo gato há de ser azul;
Nós é que o vemos negros, furta-cor
Ordinariamente pardos;
É azul, porque o azul contem um mistério
Que só os gatos adquiriram na essência
O azul, quando é fluido de alegria
É puro contentamento,
Ilusão do azul;
Para mim, muitas das vezes é o frio, cortante
E mordaz,
Longínquo e indiferente
Dentro de uma independência fastidiosa
Que são a maciez e a repulsa
No mesmo ato.
Se vemos um gato dócil
Ou se o vemos, indomado,
O mistério é que está em nós, que vemos torto
E não a natureza ardil da sua feitura
Na sua subserviência convencionada
No súbito chegar e súbito deixar
Na sua cara de esquimó quando nos encara
Na língua estrangeira que ele mia
Que nunca entenderei
E que ninguém traduz;
E naquela pouca familiaridade quando dorme;
Tenho-lhe medo e tenho-lhe o respeito do meu medo
Meu medo é que me norteia a amar e a desamar;
Gato que é gato, inspira
O bem dentro do mal,
E é um mal azul que há dentro do gato......CECILIA FIGUEIREDO....DEMAIS


3 comentários:
CELILIA FIGUEIREDO.... SÓ PODE SERRRRRRRR DEMAIS KEILA ... LI NO SEU SALÃO ...BJOS
Ela ainda não sabe deste post.....
Louquinha gatinha azul
Que arraso o seu cabelo e que encantamento usar meu poema para essa comparação! Estou despudoramente honrada!)
Beijos, beijos, beijos (azuizinhos...)
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